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Paisagens Rotas

2018 [16 de agosto 30 de setembro]

Galeria Escada, Centro Cultural UFSJ São João Del Rei MG Brasil

                                                           

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Paisagens Rotas é uma pesquisa visual em desenho que tem início na exploração de diversos materiais – carvão, pigmentos naturais, grafite, óleo de linhaça, cera de abelha e parafina. A utilização desses materiais envolve situações acidentais e casuais decorridas dos processos alternativos de aplicação e fixação destes sobre a superfície de papéis mata borrão. A realização das Paisagens envolve uma grande carga de incerteza e provisoriedade gerada pelas características próprias dos materiais escolhidos e pelos processos utilizados.

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O nome sugere a construção de um lugar de caminhos possíveis, assim como um lugar onde
se vislumbram espaços rotos, quebrados, desconexos, que indicam a existência de algo que os interligue. Um espaço de memórias partidas, da ausência de sentido, ou de uma estrutura que resta apenas em parte, em cacos, a se decifrar. Da mesma forma, o nome aponta para a possibilidade de se percorrer esses espaços, através de rotas que perpassam esta paisagem fragmentária em uma construção metafórica do próprio pensamento.

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Em meio a áreas densas, sem referenciais claros que definam distância, profundidade ou ritmo, ocorre
o aparecimento de traços de outra estirpe: diversas marcas ocasionais e linhas retas – que denotam
a presença de um referencial humano. Marcos que delimitam e conduzem, apresentando possíveis planos de leitura na imagem tornando-se, consequentemente, ferramentas que conduzem o olhar: apontam para a existência de uma estrutura não definida ou que perdeu um sentido claro, como marcas apagadas pelo tempo. Através desses marcos – no real, na memória e na imaginação – o espaço
se organiza.

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Com a ficcionalização de lugares e territórios, em constante construção e transformação, os desenhos
se abrem como vetores para a reflexão sobre o espaço geográfico, histórico e político no qual estamos inseridos. Apontam para a possibilidade de se pensar a construção de um imaginário próprio, inferindo importância na formulação do fazer imagem que se dá, tanto em relação ao ato de desenhar, quanto
no espaço aberto pela visão e elaboração que ocorrem através do olhar do observador.

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Esta mostra pretende discutir como a memória física do terreno soma-se às memórias individuais
e coletivas, seja através da construção de imagens – desenhos – signos, que se interligam, seja
nas dimensões da paisagem natural e na presença da interferência humana nessa paisagem.

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